Tempos e ganhos

entre tantos rascunhos, textos-confissão e desabafos escritos, este texto verá a luz do dia — ou a escuridão da noite.

um dos pensamentos que busco levar a risca no cotidiano, depois de todo este tempo na terra, é que menos é uma palavra-chave. o que quero dizer? em determinadas ocasiões, falar menos, fazer menos e até mesmo sentir menos é geralmente a atitude mais sensata a se tomar. fazer menos do que sinto que deveria fazer se mostra a melhor das opções boa parte das vezes. confiar menos em meus instintos também se mostra surpreendentemente positivo.

por outro lado, não digo que tomar atitudes e fazer o que bem se entende é algo negativo. pelo contrário: não busco me ausentar ou deixar de colocar a cara a tapa na vida. o que digo aqui é que aprender a ter paciência para lidar com as situações da melhor maneira possível é uma lição que demorei a aprender, mas sigo aperfeiçoando — especialmente nos últimos meses. o motto é interiorizar o que acontece externamente e deixar que o tempo cure. quantas vezes já fizemos o que era “certo” e isso se tornou um problema no fim?

inclusive, quando sabemos qual é o momento de confiar em nossos instintos e a hora que não devemos?

o jeito que tenho de responder é simples: o uso da lógica é fundamental. observo se as atitudes que tomei formam um padrão, se as decisões que encontro são claras ou nebulosas ou até mesmo se as decepções são constantes. fazer isso leva tempo, requer paz, trabalho interior… não é como nos sentimos no calor do momento.

longe de mim dizer que faço isso com maestria. eu, com todo conhecimento adquirido sobre minha personalidade, posso dizer que tenho tendências fortíssimas a impulsividade. é por isso que admiro as filosofias que almejam a plenitude e busco colocar determinadas questões em perspectiva, tal como os estoicos faziam. é meu próprio laissez faire, laissez aller, laissez passer. quem sabe assim volto as atenções ao que realmente importa.

no mais, a esperança antiga de mais paz e quietude no coração segue intacta, apesar dos altos e baixos.

sigo.

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